Os três porquinhos - Trimoços

Blogue mantido, a muito custo, por António Simas, João Campos e João Miranda - Temos imperiais e tremoços sempre a sair!

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Abismo

I tried to kill the pain, but only brought more…

Assim começa uma música dos Evanescence, que resume a luta incessante que me consome todos os dias um pouquinho mais, como um vírus assustadoramente esfomeado, como um cancro daqueles que proliferam nos nossos hábitos, na nossa rotina, nos nossos pensamentos e em tudo o mais… Uma luta que eu não posso ganhar. Um inimigo que eu não posso vencer.

O que fazer quando tudo desaba a nossa volta? O que fazer quando aquilo a que nos costumávamos agarrar com todas as forças sempre que algo estava mal, quais bóias de salvação em mares sombrios e correntes traiçoeiras, se desvanece perante a nossa inoperância e com o nosso consentimento? O que fazer quando os amigos, a família, a confiança, a esperança, a Fé, e tudo o resto (haverá “resto”?) parecem pequenos peões de um jogo viciado que nada podem fazer, bombeiros sem meios cercados por um fogo que não descansa enquanto não destruir tudo o que é verde e viçoso e feliz?

Resignar-me? Como? É impossível aceitar um futuro que não escolhemos, é negar-se a si próprio acolher, mesmo que com desânimo e relutância, algo que nos é imposto pela força bruta dos trilhos que a vida vai rasgando, condicionada pelos erros (nossos e dos outros) estúpidos, tão frequentes quando não pensamos no que vem a seguir.

Lutar? Como? As forças fraquejam a cada revés, o fôlego esvai-se a cada esforço, a vontade é súbdita do instinto, e esse há muito que me diz que perdi. A luta é desigual, é duro lutar contra um inimigo que não se conhece nem se pode olhar nos olhos.

E todos os meus esforços redundam em fracassos sucessivos, demasiado pesados para que me possa erguer de novo com a mesma força, empenho e vontade, demasiado certeiros para que possa fingir que me passaram ao lado ou iludir-me a mim e aos outros com sorrisos e alegrias e felicidades que não passam de momentos fugazes e pedaços de um tempo partido, estilhaçado em memórias boas ou más, gravadas aos soluços no corpo e na alma.

JC


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