Os três porquinhos - Trimoços

Blogue mantido, a muito custo, por António Simas, João Campos e João Miranda - Temos imperiais e tremoços sempre a sair!

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O pum-pum

Embrenhado nos meus pensamentos, a sós com a minha mente num dos muitos momentos de tédio que povoam o meu mundinho ridículo, e enquanto atirava contra a parede uma bola de borracha infantil (infantil não é a borracha, mas sim a bola...e eu, porque eu também sou infantil) furada pelos dentes caninos do meu cão, entretive-me com a seguinte temática: o pum-pum.

Sei o que estão a pensar..."Mas JC, como é possível aprofundar a reflexão cuidada que esse tema merece estando entretido com outras tarefas menores? Como é possível apreender todo o mundo que é o pum-pum enquanto se coça o escroto no sofá da sala e se atira a bola para o cão ir buscar?" Pois é, mas os leitores esquecem-se que eu consigo fazer isto ao mesmo tempo sem desconsiderar nenhuma das actividades, e colocando o mesmo empenho e dedicação que emprego na arte de fazer os ruídos da selva. (Faço sim senhor...o senhor gorila, o senhor guaxinim, o senhor rinoceronte. Faço sim.)

O pum-pum, meus amigos, é poesia. É criação artística. É liberdade. É carinho. É um cafunézinho, um gesto de amizade, uma festinha de criança.
O pum-pum é democrático porque é de todos. É meu, é teu, é de toda a gente...assim que o soltas já não o apanhas. O pum-pum é amigo, está sempre contigo...contido ou solto, curto ou longo, discreto ou ruidoso, seco ou molhado...o pum-pum é...o pum-pum.

O peido é rude. O gás é abstracto e desinteressado. O pantufinhas é brincalhão. A bufa é brejeira. Mas o pum-pum...oh!...o pum-pum é amoroso.

E o cão cansou-se de ir buscar a bola. E eu cansei-me de pensar. E soltei um pum-pum. E que pum-pum...digo-vos, e que pum-pum. Foi um senhor pum-pum.

JC

Se a minha escova de dentes falasse...

A lingua portuguesa é inequivocamente a mais bela do mundo, não o digo por puro facciosismo, mas porque é mesmo bonita. Mas, há algumas frases e ditados que se pensarmos bem no seu significado real, o mais provável é termos uma epifania que altera por completo a nossa visão das coisas. Há uns dias atrás, eu e os meus valorosos companheiros de escrita, JM e JC, entrámos no carro do primeiro quando já confortavelmente instalados JC grunhe uma profecia: “Se este banco traseiro falasse...” e visto isto não me pude deixar de debruçar sobre a frase. Que raio! Eu olho para o banco de trás daquele carro e este não me parece um banco intriguista! Quem me diz a mim que se este falasse iria contar ao mundo que na noite anterior JM e seu companheiro Aniceto viveram momentos de ardente paixão enrolados nos estofos do dito cujo?! Na verdade as pessoas limitam-se a generalizar atribuindo características negativas aos objectos. Mas quem diz este banco diz por exemplo uma cama. E eu não consigo imaginar que a minha cama diga à minha mãe que soltei três bufas, ontem à noite, e enfiei a cabeça debaixo dos lençóis para apreciar efeito destas. Vejo-a sim a exacerbar as minhas qualidades enquanto dormito. Olho-a como uma confidente e amiga. Da mesma forma que a minha escova de dentes não diria que cheiro cada vez pior da boca, ou a minha sanita que as minhas fezes estão mais liquidas...
O massajador facial da Roberta, o tubo de vaselina do Bonifácio e o confessionário do Padre Quim merecem respeito, mais do que objectos inanimados, são nossos confidentes. Não ao insulto gratuito!

AS


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