Raimundo era um daqueles típicos falhados, 21 anos, emprego mau, tinha óculos, nariz grande, um penteado pior que o do Paulo Bento, mãos mais calejadas que as das gentes do campo e gostava de uma rapariga que não podia ter…Apesar de tudo isto julgava-se capaz de a conquistar, Raimundo olhava o espelho e via um rapaz inteligente, com piada e sensível (daqueles que gostam de dar longos passeios pela praia ao pôr do sol, não confundir com outro tipo de sensibilidade), ou seja, tudo aquilo que pensava ser necessário para conquistar qualquer mulher, até mesmo uma Dina Pedro.
Numa noite em que jogava ao peixinho com os seus amigos, pensou em deitar tudo cá para fora, tudo o que lhe ia no coração, assim na loucura e convida-a para sair, ela acede. No dia seguinte lá está ela com o seu sorriso radiante, Raimundo treme qual doente de Parkinson, a presença dela deixa-o hoje anormalmente ansioso, as piadas não saem e frases como ‘ está um dia bonito’, ‘o Benfica jogou bem ontem’ ou ‘acho que o Cláudio Ramos é gay…’ sucedem-se. Suores frios percorrem o seu frágil corpo à medida que o momento da verdade se aproxima, e eis que de repente, sem que nada o fizesse prever tem um laivo de loucura e diz-lhe como ela faz a diferença entre os seus dias medianos e os bons, como o sorriso dela o deixa sem jeito, como a presença dela o faz sentir bem consigo próprio, ela é tudo aquilo que ele quer, que ele merece e …. Não pode ter. Depois de alguns momentos de silêncio angustiante surge finalmente a resposta! É um não. Para Raimundo não é apenas mais um não, como poderá ele voltar a jogar ao peixinho sem pensar nela… Até ao fim do encontro reina o silêncio, ela não consegue deixar de pensar que perdeu ali em parte um amigo, ele debate-se com cólicas provocadas pela coca-cola que tinha bebido no cinema. Depois desse dia Raimundo voltou à sua realidade, hoje, aos 32 anos vive com a mãe, trabalha nos computadores e o seu jogo de cartas de eleição é agora o burro em pé. Dela já não tem noticias há alguns anos…
O mundo do amor pode ser doloroso, como Raimundo há muitos por ai, como nem todos podem ser como o Santana Lopes o peixinho há-de perder muitos fãs.
AS
Numa noite em que jogava ao peixinho com os seus amigos, pensou em deitar tudo cá para fora, tudo o que lhe ia no coração, assim na loucura e convida-a para sair, ela acede. No dia seguinte lá está ela com o seu sorriso radiante, Raimundo treme qual doente de Parkinson, a presença dela deixa-o hoje anormalmente ansioso, as piadas não saem e frases como ‘ está um dia bonito’, ‘o Benfica jogou bem ontem’ ou ‘acho que o Cláudio Ramos é gay…’ sucedem-se. Suores frios percorrem o seu frágil corpo à medida que o momento da verdade se aproxima, e eis que de repente, sem que nada o fizesse prever tem um laivo de loucura e diz-lhe como ela faz a diferença entre os seus dias medianos e os bons, como o sorriso dela o deixa sem jeito, como a presença dela o faz sentir bem consigo próprio, ela é tudo aquilo que ele quer, que ele merece e …. Não pode ter. Depois de alguns momentos de silêncio angustiante surge finalmente a resposta! É um não. Para Raimundo não é apenas mais um não, como poderá ele voltar a jogar ao peixinho sem pensar nela… Até ao fim do encontro reina o silêncio, ela não consegue deixar de pensar que perdeu ali em parte um amigo, ele debate-se com cólicas provocadas pela coca-cola que tinha bebido no cinema. Depois desse dia Raimundo voltou à sua realidade, hoje, aos 32 anos vive com a mãe, trabalha nos computadores e o seu jogo de cartas de eleição é agora o burro em pé. Dela já não tem noticias há alguns anos…
O mundo do amor pode ser doloroso, como Raimundo há muitos por ai, como nem todos podem ser como o Santana Lopes o peixinho há-de perder muitos fãs.
AS
Ei-los de volta!
Ainda falta um porquinho...
Onde é que ele anda!?
Fizeste-me lembrar uma canç~~ao do Fausto. Não resisto a partilha-la!!!!
Fausto - Eu Tenho Um Fraquinho Por Ti
Eu tenho um fraquinho por ti
tu não me dás atenção
tu não me passas cartão
quando me ponho a teu lado
tremo nervoso de agrado
e meto os pés pelas mãos
tu vais gozando um bocado
a beber vinho tostão
eu com o discurso engasgado
fico a um canto, que arrelia
de toda a cervejaria
onde vais rasgar a noite
se te olho com ternura
olhas-me do alto da burra
que mais parece um açoite
é um susto um arrepio
que me malha em ferro frio.
Eu tenho um fraquinho por ti
que me vai de lés a lés
tu dás-me sempre com os pés
quando me atiro enamorado
num estilo desajeitado
disfarço em bagaço e café
tu fumas o teu cruzado
e fazes troça, pois é,
já tenho o caldo entornado
esqueces-me da noite p´ro dia
em alegre companhia
de batidas e rodadas
tu ficas nas sete quintas
marimbas, estás-te nas tintas
p´ra que eu ande às três pancadas
basta um toque sedutor
eu cá sou um pinga-amor.
Eu tenho um fraquinho por ti
que me abrasa o coração
quase me arrasa a razão
a tua risada rasteira
põe-me de rastos, à beira
do enfarte da congestão
encharco-me em chá de cidreira
mofas de mim atiras-te ao chão
zombando à tua maneira
lá fazes a despedida
ao grupo que vai de saída
dos amigos da Trindade
mas no fim da noite, à noitinha,
tu ficas triste e sozinha
à procura de amizade
e como é costume teu
chamas o parvo que sou eu.
Afino uma voz de tenor
ensaio um ar duro de macho
quando estás na mó de baixo
quero ver-te arrependida
mas numa manobra atrevida
rufia, muito mansinha,
dás-me um beijo e uma turrinha
que me põe num molho num cacho
estremeço com pele de galinha
e gosto de ti trapaceira
da tua piada certeira
do teu aparte final
do teu jeito irreverente
do teu aspecto contente
do teu modo bestial
noutra palavra mais quente
eu tenho um fraquinho por ti.
Quem sabe não andará por aí a Raimunda que treme na sua presença, inundada ela própria por suores frios e ansiedades incontroláveis...quem sabe se o peixinho não pode voltar a estar na moda, quem sabe se as cólicas pós-cinema não podem voltar a ser uma realidade num futuro próximo? No fundo Raimundo sabe que o melhor é não pôr pressão na história.
JC
fico à espera do resto da história =x