Os três porquinhos - Trimoços

Blogue mantido, a muito custo, por António Simas, João Campos e João Miranda - Temos imperiais e tremoços sempre a sair!

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Onde urina um português, urinam logo dois ou três

A noite já vai longa, é sábado, mais uma romaria em direcção ao Bairro Alto. De metro até à Baixa o caminho é marcado por breves encontros com 'Bazoffs' munidos de cervejas de litro, estranhamente ignoram 3 rapazes dos subúrbios, parecem demasiado concentrados em fazer o maior ruído possível e vangloriarem-se com a valente moca que as amostras de 'ganzas' que fumam provocam. À chegada somos absorvidos pelo aroma tipico da cannabis importada da Holanda, cheira bem, cheira a Lisboa. Com muito esforço nos movimentamos pelas ruas apinhadas de gente, entre dealers, bifas e gente que grita que o fim do mundo está próximo tento encontrar o meu espaço, um canto calmo onde possa afogar as mágoas num copo de 75cl cheio de cerveja. A combinação de estrangeiros, freaks, drogados, betos e bazzofs faz-nos pensar que estas noites de Lisboa são mesmo especiais, no fundo estamos ali todos para o mesmo, beber cerveja e apanhar uma 'moca' involuntária tal a concentração de fumos no ar. Tento esquecer que a Gina da peixaria me assedia diariamente com frases poéticas tal Camões: "deixa-me ser a tua chaputa" ou " posso ir ao cherne da tua questão?" são um exemplo, apesar de ser imaginativa não consigo abstrair-me do seu buço proeminente, dos 4 filhos escondidos atrás do balcão e no cheiro a peixe que as suas mãos ásperas de trabalho emanam. Depois de muita cerveja bebida chega a hora de verter águas, normal seria enfiar-me num bar e esperar na fila para que o W.C. ficasse vago, mas, a agonia é tanta que procuro a primeira ruela deserta. Depois de muita luta e 3 quedas lá encontro o oásis, uma rua escura sem vivalma. Mal desaperto a braguilha aproxima-se um vulto seguido de mais dois, acomodamo-nos naquele espaço curto e aproveitamos aquele momento de paz. Tentamos direccionar a urina de modo a rabiscar a parede, na verdade ficam gravadas ali obras dignas de figurar numa galeria de arte abstraccionista. No fim apertamos todos a mão como se de uma reunião se tratasse, fico a saber os seus nomes, são Mast urbar do Uzebequistão, Park In Son da Coreia do Sul e Óscar Alho de Angola. Prometemos não deixar morrer a nobre tradição de urinar nas ruas típicas de Lisboa, cada vez menos jovens o fazem, nós apenas não queremos deixar morrer esta bela vertente artística que corre nas nossas veias, é mais um daqueles casos em que não olhamos para o que temos de bom, se fosse declarada modalidade olímpica quem nos venceria? Para quê esperar nas filas do W.C quando temos ruelas tão acolhedoras onde fazemos amizades e apertamos a mão ao próximo? Porque ninguém o pode fazer por você, urine nas ruas, pela saúde pública.

AS

P.S.: Segundo uma cara amiga a palavra bazzof provêm de bazofobia que é nada mais nada menos que fobia de andar, faz todo o sentido, pensava eu que era apenas mais um estrangeirismo porreiro...

2 Responses to “Onde urina um português, urinam logo dois ou três”

  1. # Blogger Unknown

    Epa mas os vossos textos são só sobre cerveja?!? Tao feitos uns bebados!!!=P

    "Mast urbar do Uzebequistão, Park In Son da Coreia do Sul e Óscar Alho de Angola" LOOL

    Mt bom ;)

    Bjs*
    Andrea  

  2. # Blogger Boop

    Ainda não li... mas volto para ler...
    Ando a deixar um "aviso":


    Fiz uma ligeirissima alteração... Larguei a Betty e fiquei só com a Boop!
    Não me estranhes por aí...

    (é que todos os dias tinha 20 pesquisas do Goggle à procura de "tatuagens da Betty Boop" "ponto cruz da Betty Boop" "Betty Boop na praia" "malas da Betty boop"... Não há paciência!)
    Sinto-me devassada!
    E contra grandes males... grandes remédios!  

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